Sunday, November 27, 2011

Could you be the devil.

You're so hypnotizing.
Could you be the devil.
Could you be an angel.
You're touch magnetizing,
Feels like I am floating.
Leaves my body glowing.
They say be afraid.
You're not like the others.
Futuristic lover.
Different DNA.
They don't understand you!

27 Novembro.

Wednesday, November 23, 2011

23.11.11

Caiu um frio estranho sobre Lisboa, não há neve como gostaria que houvesse, mas pequenas partículas geladas são suficientemente inteligentes para entrar e congelar o que eu digo serem os meus pulmões.
O frio foi indiferente no início, aliviante até, um anestésico perfeito para quem se achava doente. Durou o suficiente para me fazer arrefecer, para me arrepiar e sentir falta de um abraço ou apenas de um cobertor. Até que começou a doer; o nó que se enrola na garganta quando estamos atrapalhados ou envergonhados, que cora a cara e não deixa as palavras sairem como deve ser, gelou. Tornou-se este frio desconfortável a pouco e pouco. 
É noite e, parece que as nuvens estão chateadas com o céu porque mal chego à pequena estação de Entrecampos, os relâmpagos aparecerem repentinamente, surgem agora como pequenos flashes que fazem as velhinhas dar pequenos gritinhos, enquanto sussuram umas com as outras, dizendo: "Jesus, Nosso Senhor", não sendo culpa delas o facto de não compreenderem que o básico dos fenómenos de electricidade. A chuva também arrefece porque é fria, já os relâmpagos por coisa nenhuma...
O frio agradável que tocava as minhas mãos escaldadas pelo peso das malas, agora fá-las adquirir um tom esbranquiçado e fantasmagórico. O meu rosto perdeu as rosas que tinha antes de me ter sentado no banco gelado da estação de comboios. 
O mesmo frio parace gelar calmamente o meu foco de raciocínio, dou por mim a pensar naquilo que se chama nada, se é que tal coisa existe de facto e, um vazio arrepiante instala-se na estação de comboios. Percebo então que o gelo criou uma película semi-opaca entre mim e o resto. Resto talvez seja uma palavras demasiado dura para se chamar àquilo que estou a pensar. Já não oiço o barulho dos comboios nem o frenesim das pessoas apressadas por chegar a casa. Apetecia-me tocar com as pontas dos dedos nessa superfície correndo o risco de ficarem coladas. Mesmo com medo que se quebrasse , que se estilhasse e me rasgue a pele, gostava de correr esse risco. Não faço primeiro porque não tenho coragem e depois porque em pequena me ensinaram a "não brincar com o fogo". Percebo que afinal não gosto assim tanto deste frio e as minhas convicções mudam nesse momento, convicções e desejos.
Concluo assim, que queria ainda um pouco de calor para derreter esta espécie de janela de gelo. A janela tornou as ideias mais desfocadas, as cores como borrões e as pessoas as minhas à minha volta, que já eram desconhecidos são agora uma espécie de aliens vestidos em tons escuros.
Achava que a agradável faceta do frio ia ajudar a mudar coisas que nunca mudam. Achava que o frio me ia ajudar a tomar decisões. Enganei-me. Achava que esse calor ia durar para sempre. Agora que vejo o que é o frio, o quente torna-se muito mais apelativo. Achava que podia viver sem o calor e sem o frio, nem um nem outro, preciso dos dois. Do quente para sentir que estou viva, do frio para perceber o quão bom é o quente. 

Secalhar andei este tempo a pensar que andava a brincar com o fogo quando na realizade o que me queimava era uma pedra de gelo, daquelas tão frias que queimam tanto como queima o fogo.

É como diz a música "Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá fora. Faz tanto frio cá fora, que eu já não vejo a hora"


Daniela. 23 de Novembro de 2011, num dia especialmente frio.

Monday, October 24, 2011

12.38

Não sei ao certo por que razão olho ao relógio sempre que quero escrever qualquer coisa. Não escrevo há muito tempo, é verdade. Não pergunto aos meus botões porque razão isso acontece, primeiro porque são botões depois porque não preciso de saber. Quando se é bombardeado por uma quantidade quase assombrosa de músicas e suas letras, facebook e suas divagações, filmes, séries, isto e aquilo, deixamo-nos levar! Ouves a "tal" música e pronto aí se têm a nossa vida num refrão. É reconfortante saber que alguém se preocupa em escrever qualquer coisa para os fracos de intelecto ouvirem; um bom exemplo sou eu. É a história do "deixa andar" tipicamente adolescente. Agora que penso nisso, discordo do que disse. Os adolescentes fazem normalmente, excepto quando os pais não o permitem ou tem vergonhas e receios, tudo o que lhes é possível. É afinal a história tipicamente adulta, que pouco pretende fazer a mais do que aquilo que pode realmente fazer.  
Nada de extraordinário posso acrescentar a meia dúzia de linhas que já escrevi, nada se passa, nada se pode passar. Mais uma contrariedade, afinal tenho algo a dizer: realmente é bem mais apetecível escrever do que dizer, se escrevêssemos tudo aquilo que queríamos dizer, as coisas (ora aí está uma palavra que retiraria desta frase, perdoem-me a prática já não é muita) fluiam de maneira diferente, as bocas não se calavam tanto, o olhos continuavam a falar é certo. As letras passavam, do que aprendi este ano ser uma massa cinzenta reunida com uma massa branca desprovida de qualquer magia ou sobrenatural,  para os dedos e dos dedos para a folha. Os olhos e boca, meros observadores e, pontuais determinantes nas conversas e discussões. 

Ficavam os olhos para aquilo que os olhos servem e as bocas para aquilo que as bocas servem. 

Olho de novo para o relógio do meu computador, 23:38. "Já chega" dizem os meus botões.

Daniela. Outro dia.

Wednesday, April 13, 2011

Vem fazer de conta

Tento ter a força pra levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nem no que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Como queremos nós ter um sorriso maior.

Casa - Da Weasel

Vale a pena?

Às vezes perguntam-me: "achas que vale a pena?" e eu, embasbacada, penso, penso outra e mais uma vez, e não sei. Sei que vale a pena estar contigo, só porque sim, porque é contigo que quero estar e de alguma maneira qualquer coisa me diz que sim. Acho que não vale a pena por ver coisas que não sei que vejo,  por atitudes,  por coisas que hoje são mínimas mas amanhã conseguem ser injustas. Acho que vale a pena? Continuo à espera de conseguir formular uma resposta para isso mesmo, até lá ainda devo ter muito que escrever sobre isso.

Wednesday, March 2, 2011

Ganha.

«Ganha com o pouco que tens e não percas por não ganhar muito. Prefere ganhar a curto prazo, instantaneamente. Ganha a longo prazo se tiveres garantias, se não tiveres, deixa que o pouco se torne muito e aí podes dizer o que já há muito foi dito: “carpe diem”...»
 daniela.
Um daqueles dias em que me apetecia escrever uma coisa qualquer.

Sunday, February 6, 2011

O amor quando se revela

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Fernando Pessoa.

Tuesday, January 25, 2011

You are the best.

"You are the best. You are the worst. You are average. Your love is a part of you. You try to give it away because you cannot bear its radiance, but you cannot separate it from yourself. To understand your fellow humans, you must understand why you give them your love. You must realize that hate is but a crime-ridden subdivision of love. You must reclaim what you never lost. You must take leave of your sanity, and yet be fully responsible for your actions."

Gnarls Barkley, in a letter to the legendary rock critic Lester Bangs