Wednesday, October 27, 2010

Apologize.

I'm hearin what you say but I just can't make a sound.

Monday, October 25, 2010

Revisão.

Hoje o meu destinatário é diferente. Hoje não é o mesmo de sempre. Hoje és tu.
Quando o relógio toca as 7 e 30 da manhã eu sei que está na hora do jogo começar. Um jogo sim, esse jogo que jogávamos uns dias esperados, outros nem por isso. Tem cartas, muitas cartas e, trunfos que se escondem aqui e ali. Não havia cronómetro, o tempo era aquele que aparecia quando calhava, o tabuleiro eram os corredores onde as cartas eram jogadas. Não havia desistências porque cada um jogava melhor que o outro.
Ás vezes jogávamos sem cartas, sem tabuleiro; era tudo secreto, eram quase mensagens encriptadas. Esta era a parte fácil do jogo, até ao ponto em que percebemos que afinal também existiam regras... e não eram simples. Era uma lista que tudo fazia para que os jogadores não as cumprissem, provocante e cheia de astucia. Essa lista era quase autosuficiente, pedia-nos que arriscássemos sem pisar o risco. Complicado, não?
Quando à estratégia, bom essa era pouco rigorosa...cada um fazia o que podia para não ficar com a pontuação mais baixa...
Hoje o jugo mudou. Parece que apareceu um copo de martini, um wisky velho e, como que ao improviso, surgiram os dados. Dados? Não há quem os lance melhor que a Sorte. Pode-se pedir um às, uma dupla... não és tu quem arriscas, é a sorte e tu nem dás por isso. Acabaram-se os trunfos, agora é a vez dos dados. Estão lançados. 
Hoje espero pela tua jogada. A minha virá a seguir.

Daniela . 25 de Outubro de 2010

Monday, June 28, 2010

Love the way you lie.

Just gonna stand there and watch me burn
Well that's alright because I like the way it hurts
Just gonna stand there and hear me cry
Well that's alright because I love the way you lie
I love the way you lie

Thursday, May 27, 2010

Wednesday, May 12, 2010

Cansaço.

" O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço... "

                      Álvaro de Campos

Tuesday, April 20, 2010

Desculpa.

Baby, devo hoje acreditar que as coincidências existem, vou contar-te porquê. Quando cheguei à aula teórica de História das 9:00h da manhã… Sentei-me a pensar : “Mais um dia maravilhoso… -.- “. Eis que uma colega de turma se senta a meu lado e mostra uma curiosa publicidade da Sumol da qual toda a gente falava. Fiquei curiosa e acabei por ler tudo até ao fim. Vi lá o espelho de alguém… Na verdade, esta tarde por motivos de “estudo”…passei pelo metro e encontro pilhas de jornais exactamente com a mesma publicidade da Sumol… Levei dois exemplares para casa. Recortei e colei no armário do meu quartinho de universitária… São terríveis as coicidencias de facto. Ora, lê o anúncio: “Um dia, o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair à noite e começares a levar-te demasiado a sério. Nesse dia, vais começar a vestir bege e cinzento, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó. Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente. Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vaie assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. Nesse dia, vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. É oficial. Vais entrar na Idade do Chinelo e deixar de ser quem foste até então. Vais deixar de te sentar ao colo dos teus amigos e vais esquecer como se faz um “Quantos-Queres?” ou um barco de papel. Vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinar se o hotel onde estiveres não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto. Vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque “Vai-se andando” e a vida é mesmo assim, vais dizer “Não” mais vezes, vais ter mais medo , vais achar que não podes, que tens vergonha. Vai ser mais triste. Nesse dia, o mais provável é que também deixes de beber refrigerantes. Aqui fica uma ideia: Quando esse dia chegar não lhe fales. Mantém-te original. Sumol” Esta noite a ver a tua msg… foi disso tudo que está aí em cima que me lembrei… e vi lá o espelho de “alguém”…. Obrigada pelas muitas bolachas com mel…e todas as outras que espero que ainda venham…Desculpa-me pelo que tu sabes. <3


Daniela. As coincidências existem.

Sunday, April 11, 2010

Saturday, April 10, 2010

8 e meia

8 e meia da noite. Fujo para o banho com esperança de que a água me leve os pensamentos e as memórias... Terei de esperar até outro dia para terminar com isto tudo? Para acabar de vez com tudo?

Não adianta, ainda sinto as lágrimas a escorrerem-me pela cara, sei que estão lá porque são mais frias que a água... Parecem gelo, não levam elas nem a água nem um pouco da dor que veio para ficar... Pequenas "curtas-metragens" vêm-me à cabeça, e lembro-me de ti, das coisas que já me disseste, das coisas que não disseste, do que fazes e fizeste... Lembro-me de tudo.
Tenho um Mundo a dizer-me a verdade e tu a negares tudo aquilo que queres...e eu confio nos dois... Inocentemente , confio nos dois...às vezes Odeio-te!...A água fica mais quente, nem dou por isso, em vez disso sinto que és tu que me abraças...Odeio-te de uma maneira que parece Amor, ou talvez seja o contrário... Já chega, a água não faz nada...Procuro o escuro do quarto, tão intenso que dou por mim quase cega... e vejo-te uma e outra vez...Vou embora, já não adiante colar o que está partido. Estou sozinha sentindo falta dos meus amigos dizendo o quão idiota eu sou, estou sozinha sentindo que só tu podias. Tu ou eles podiam mudar isso mesmo.

Daniela. 8 e meia da noite

Hoje

10 de Abril de 2010....

É o desespero....tenho vinte mil páginas para estudar... e 'tou no facebook! Sou muito esperta! -.-'

"Nasê!", "Namefalesnisse!"..."Namapetece estudar!"...   Novo vocabulário. Influências algarvias, diz a Rita.
'Tou a fritar com o sol da cozinha.

Daniela. -.-

Monday, March 29, 2010

Março.

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa

E assim se percebe o quão verdadeiramente estúpidos somos. Não fazemos nada do que aí está. Acostumamo-nos com o que não nos faz feliz, alagamos o nosso coração em esperanças, pensamos que nunca iremos precisar de voltar atrás. Hoje, está tudo errado e não sei como recomeçar. Até ficar tudo certo, ainda vou cometer tantas asneiras. Se sentir saudades, mato-as? Devem estar a brincar! Nunca soube fazer isso… Não seria agora que ia aprender. Já o achei e hoje sinto que o perdi, sem saber como não me perder ou simplesmente sem saber segurá-lo.

Daniela, Março ou outro mês qualquer.

Tuesday, March 23, 2010

Devia ficar quieta mais vezes.



"Devia ter ficado quieta mais vezes, devia ter respeitado o teu silêncio e o teu espaço, deixar-te em paz em vez de te pedir o mundo, porque iria sempre amar-te, estivesses ou não ao meu lado, porque fazes parte de mim, mesmo sem saber se és a primeira ou a última peça do meu dominó."

Monday, March 15, 2010

Título.

Sabia contudo que não ia ser fácil, mas desconhecia o facto de se tornar insuportável.Os hábitos tornam até a pessoa mais fraca numa fortaleza consistente. A mudança, por outro lado, torna os fortes deveras mais fracos. Não sabia contudo, que fraco se tornava num adjectivo demasiado obsoleto quando se começa a falar em falta. Os fracos tornam-se ainda mais fracos e os fortes deixam de ser fortes e passam a ser coisa nenhuma. Sinto tantas saudades e desconhecia até ao momento, maneira mais cruel de mostrar a mim própria o quanto dói estar longe de alguém. 

Daniela. Todos os minutos.

00:25

«E quanto pesa o desejo, de voltar, de saudadiar,
Quero tocar onde dizes que dói,
Preciso de descobrir, essa saudade que torce e mói,
Alimenta, ou nos destrói..»

Neste caso destrói. Não há razões para continuar, nem para ver novos caminhos. Vejo que tudo se repete e nem tenho coragem para colocar um "Não" no que não vejo e nem sei se quero ver.

Daniela

Point of view.

Devo concordar que às vezes falta-nos a razão. Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós (...) Nunca vamos ter o amor a rir para nós. - Casa

Não me apetece fazer nada. O meu inconsciente deve ser neste momento um monte de "porcaria".  Um entorpecimento absoluto mostra-se muito simpático para comigo. Um sono que não seixa dormir e um alerta que aborrece. Estou com medo de alguma coisa e não sei o que é. Uma sensação um bocado absurda para quem tem tanta coisa para fazer -.-'.

Outro dia estúpido. Quanto mais se pensa...


Daniela.

Segredo não.

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.

Freud.

Não, não sei ser capaz de revelar esse segredo, mas nãos sei não mostrar que o sei. Só temo por mim sabendo que a ti, esse tipo de revelações não são necessariamente necessárias.
Esses segredos não tem qualquer valor criminal ou ético. Podem ser revelados se assim o quiser. A todo o momento ocorrem-me ideias de te mostrar o que acho, mas nunca serei corajosa como queria ser, portanto, de segredos não passam. Gostava ainda que reparasses nas pontas dos meus dedos, enrolam-se, contorcem-se e ninguém dá por elas...ou dão e fingem que não vêem. Esses segredos estão bem onde estão, por assim entendo, só não sei é esconder os meus dedos, que além de me servirem para muito...não fazem grandes figuras, nem chamam público ou espectadores. Esses segredos, bom esses segredos, são maus e só não falam por si só , porque não deixo que falem. Gostava que dissesses esses teus segredos só para eu ouvir. Poderia então sobrepôr os meus segredos com os teus, e não ficariam pontas soltas? Espero muito, que fiquem, tantas pontas soltas como as que consigo imaginar.


Daniela. Esse dia.

Justa Medida.

Qualquer um pode zangar-se, isso é simples! Mas zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão certa e de maneira adquada, isso é complicado!

Aristóteles.

Vou dar continuidade ao texto quando for capaz de admitir, que estou é zangada comigo própria e não com os outros...que estou zangada aqui e agora e não amanhã e noutro sitio e várias maneiras também.

Daniela. Outro dia, ou outro tempo.

Minuto.

Detesto mudanças e odeio coisas alteradas. Prefiro o conforto do que é sempre igual. Não me canso, por enquanto não. Escolhi gostar de coisas que não mudam. E de facto existem coisas que parecem não mudar. Continuo a gostar de ti dessa maneira. Dessa maneira que não acaba. Gosto que seja sempre assim. Gostava que fosse sempre assim. Mesmo se um dia não estiveres aqui perto, estiveres longe, até perder de vista. Quero que continue...porque assim ao menos sei que dei continuidade a alguma coisa verdadeira. Deixa que fique assim...não deixes que mude...

Deixa as coisas como são. Deixa...


Dani
Sempre tive mais jeito para as ciências exactas, para a lógica e para os números no entanto, um total fascínio pelas artes, pelas palavras e pelo abstracto. E agora percebo muito bem porquê. É muito simples. Tudo tem a ver com aquilo que somos e o que sentimos. Os nossos sentimentos não podem ser numerados, não são dotados de coerência e tão pouco conseguem ser quantificados. Que raio de ideia a dos cientistas e matemáticos quererem traduzir as coisas mais bonitas que temos em equações e fórmulas. "Procuremos então a fórmula para a felicidade? " Ridículo. A verdade é que não temos, às vezes, sequer palavras para descrever a nossa tristeza ou alegria. As nossas emoções não se resguardam em premissas nem se conjugam como a lógica dita. Não conseguimos ser mais e melhores só porque conseguimos chegar a conclusões brilhantes, só porque entendemos tudo e todos!
 Faça-se luz! E fez-se, o artista percebeu que o som das “palavras” nos dá sossego e que o silêncio da coerência nos causa inquietação. Os sentimentos são feitos de atitudes, emoções, acções, não de textos enormes cheios de palavras incompreensíveis. A fórmula para a felicidade, simplesmente não existe, é apenas feita de isso mesmo: acções e emoções. Poeta ou pintor é capaz de descrever isso mesmo e de mostrá-lo de uma maneira pouco (ou talvez muito!) indirecta …por um verso ou por um desenho! No fundo,   seja através de palavras ou gestos, o que nós, adolescentes, queremos é SENTIR. Talvez por motivos que talvez só Deus compreenda, a verdade é que o que todos nós desejamos é atenção e carinho. Temos uma vontade enorme de nos sentirmos úteis, poder ajudar e ter uma mão amiga para nos apoiar. É isto. Queremos sentir e fazer com que os que nos rodeiam entendam esses sentimentos! Coisa difícil, querer tanto e tudo ao mesmo tempo!
Já te sentiste desamparado? Frustrado ? Triste ou cansado de tudo e todos? Que o exterior nos deixa assustados, já não é novidade, agora que tenhamos medo de nós próprios e de mostrar o que sentimos... Valha-nos essa coragem ao menos! E' difícil explicar aquilo que sentimos, seja por palavras ou por algo mais, por números ou composições, por cores ou imagens. E o que sinto, não precisa de tradutor, quem o quiser compreender, aqui estarei eu... para mostrá-lo (ou pelo menos, tentar)! Queremos tudo e nada ao mesmo tempo. Queremos ser artistas e viver de emoções, queremos ser cientistas e viver com coerência.
Quero que me contes histórias que eu entenda. Emoções que eu sinta. Sentimentos verdadeiros. Palavras que me sosseguem e… silêncios, logicamente inexplicáveis, que mostrem isto e…. Tudo o RESTO.

Daniela.

Substituição.

Quando estamos tristes, muitas vezes, a nossa vontade é fazer alguma coisa que nos liberte, que damos por nós, a tentar que algumas palavras apareçam na nossa cabeça para que consigam explicar um pouco de qualquer coisa, sabe-se lá porque motivo ou razão

Quando estamos tristes, geralmente gostamos de escrever mas as lágrimas desfocam-nos a vista e alastram-se, implacavelmente na nossa folha, misturando a tinta preta ao papel…dissimulando as palavras e abrindo espaços entre as letras...

Quando estamos tristes, e nos faz falta alguém que oiça e consinta o que lhe dizemos, tentamos escrever algo, e por muito que nos esforcemos, as palavras tornam-se prisioneiras da nossa mente, e parece que não sabemos como escolhê-las...

Quando estamos tristes, o texto não se expande, é apenas um aglomerado de palavras que são alternadamente molhadas e enxugadas pelos nossos desassossegos e, ainda assim quando são relidas parece que o seu efeito é ainda pior do que aquele que pretendíamos...

Quem o diz, compara-as metaforicamente, pois elas parecem conseguir arrancar um pouco do alento que ainda resta dentro de quem as desenha. São um pózinho do que sentimos seguro a um minúsculo texto de quatro ou cinco linhas que é feito quando coisa nenhuma está bem, quando todos nos parecem incertos.

Se estamos tristes e a única coisa que sabemos fazer é tentar camuflar a tristeza em vocábulos e conceitos que nem as nossas mãos sabem escrever… Então é aí, é aí que reside o nosso problema. Porque enquanto a soubermos descrever… estamos nós bem.


Preciso de ti, por saber que sem ti, fico triste.



daniela, 18 de fevereiro de 2009

Confissões.

Não sei que se passa, nem me apetece compreendê-lo. Faz muita falta aquilo que nos é ensinado desde pequenos…ou pelo menos, que me foi ensinado a mim. Acusam-me de um excesso de valores, quando a razão para que tal aconteça é exactamente a falta deles. É irónico, isso é. Tenho uma vontade imensa de deixar para trás o passado, de me despir de sentimentos e outras emoções que me parecem inúteis quando pensadas e de me rodear de explicações, sejam elas quais forem. Tento explicar-me, mas raras são as pessoas que compreendem. Não nego que é uma tarefa difícil, esta de querer deixar tudo o que é mau para trás, mas mais difícil que isso, é querer prosseguir e ter de ver a todo instante vestígios do que não vale a pena. Tenho medo que as coisas se repitam e talvez por isso ignore tanta coisa. Mas isso aí, agora percebo, acontecerá no dia em que me esquecer daquilo que não quero esquecer. O que é? Isso já não revelo a ninguém, porque quem merecia, não soube dar valor. Agora está na altura de me contradizer… Já lá vai o tempo, em que as coisas tinham um sentido delimitado e eu pensava entender cada atitude dos outros ou cada atitude minha…Era muito bom esse tempo. Mas o tempo é um filho da puta que não volta nem se repete e cada momento é único, seja ele angustiante ou perfeito. Por querer tanto algo que nunca me pertenceu, agora só preciso de esquecer-me de tudo… mas, nunca hei-de conseguir cumprir tudo aquilo que tenho para mim planeado, seja por culpa minha ou por culpa dos outros. E por isso, aqui estou, cansada com coisas que eu queria que tudo e todos já tivessem apagado. Seria como que se Alguém Muito Superior a nós, tivesse virado a página deste livro que não desejo que ninguém leia. Esse Alguém decidiu mudar-me e nem sequer se dignou a fazer-me a vontade. Fico a pensar se em algo Lhe faltei!  Não sei. É nestas situações que vemos aquilo que somos, nem sei se tenho orgulho em ter feito o que fiz, não o fiz com nenhum argumento falso, fi-lo por o coração assim mandou. Se fiz bem ou mal, isso não sei. Se fiz bem… só espero ser de alguma maneira recompensada, não com nenhum tipo de sentimento ou carinho….mas com esquecimento! Se fiz bem, que me esqueça aqui e agora disto tudo que até aqui escrevi. Se fiz mal… então que me ponham à prova uma outra vez… e aí só espero aprender a lição de que “à primeira qualquer um caí, á segunda só cai quem quer”. E aí se tudo se repetir, serei mais forte do que aquilo que consigo ser. Penalizo-me por perceber estas coisas e não ser capaz de fazê-las chegar a quem precisa de ouvi-las… e depois, assim ficam as coisas por dizer… Não condeno mais erros de terceiros, sei lá eu os erros que a mim me esperam… Alguma coisa de conclusivo tiro disto… o que nos fazem só magoa se essas pessoas forem importantes para nós… São importantes na mesma, só que a confiança diminui e sentimo-nos bem mais pequenos do que aquilo que somos. E ainda assim, continuamos a querer a querer tanto, tanto.

Podia escrever muito, podia até tentar explicar toda a teoria que eu e tu (sim, tu meu amigo!) conversámos naquelas três noites. Era triste e luz estava meio tapada por lágrimas, que de pouco adiantaram, entanto era a verdadeira. Tão verdadeira que quase que me resumiste o coração e a cabeça em quatro ou cinco frases. Só no final compreendemos a derradeira questão:

Porque está afinal o coração do lado esquerdo?  =|


Hipótese à parte…a resposta fica para mim e para ti, meu amigo. Fica para nós, porque quem sabe a resposta para ela... secalhar é porque já sabe mais do que aquilo que devia. Porque foste tu quem secou as minhas lágrimas, quando quem eu pensava preocupar-se, se esqueceu de mim.
Não procuro qualquer tipo de concordância de frases, nem quero que este texto seja sonoro, ou agradável ao olhar, só gostava, que nem que seja, pelas suas entrelinhas…que fosse compreendido, já que o que está por de trás dele… Isso ninguém entende. Pelos vistos, era um "tu sabes.. " que só eu sabia...

Daniela. Mais um dia.

Sentisse, sentindo.

Se sentisses o que eu sinto que sinto que tu não sentes, talvez sentisses o que se pode sentir. Se sentisses do mesmo modo que eu te sinto, sentindo que és tu e sentes o que é meu, talvez sentisses o que me fazes sentir quando tu não me sentes ou quando dizes sentir e eu sinto que tu me sentes. Se soubesses sentir saberias então reconhecer a irrazoabilidade que se sente quando alguém se sente assim. Se sentisse o meu corpo sentindo o que deseja a minha mente sentir, talvez percebesse a razão de tanto sentir e tu soubesses sentir como tu me fazes sentir. Saberias valorizar o que sinto, sentindo que alguém a ti te sente. Se sentisses como eu me sinto quando de ti tenho saudades, sentindo ou até mesmo sabendo que tu não me sentes. Se sentisses do mesmo modo que eu me sinto, saberias e não entenderias de onde poderia vir tanto sentimento. Mas sentir é isso mesmo, é sentir sentindo, não sabendo por onde explicar. Sentindo o que os outros não sentem, achando que ao nosso sentimento nada se pode igualar. Sentimos tanto, para que o mundo um dia se esqueça de nos sentir ao ponto de deixar a nossa inteira sensibilidade terminar. Sinto-te, sentindo-te, de mais nenhuma outra forma te sei sentir que não sentindo-te da mesma maneira que te sinto mesmo que se não te quisesse sentir. E quem se sente sem nada, sentindo vazio, é comparar como me sinto se a ti não te consigo sentir. Sinto que sabes isto que sinto, mas sentir o que o outro sente é inatingívelmente quase impossível. Faço então para que sintas apenas um pouco e, assim já me sinto como se um pouco de mim tivesse sido sentido por ti. É que se sentir e fazer sentir, não se faz pensado. E se sentisse o que escrevo ao invés de te sentir a ti, sentiria que não te sentia e tal coisa seria impossível porque quem sente da mesma maneira que alguém se sente quando sente necessidade de escrever assim, não precisa de sentir de outra maneira, que não sentindo-te a ti. A quem sabe sentir, talvez, não façam sentido nem lhe causem sensação este sem-sentido sentimento, pois tudo o que sentem é muito mais perceptível que qualquer outro sentimento. Quem sente o que não se pode sentir, sente mais que qualquer outro, porque sente por quem sente e por quem não pode sentir. Assim, sinto por ti e por mim e de mais nenhuma maneira sei sentir.
E se te sentisses assim? Que sentirias tu por mim? Sentirias que sentir não é o mesmo que saber e que saber sem sentir não é o mesmo que sentir sem saber. Concluirias portanto, que nenhuma diferença relevante existe a não ser que saber sem sentir é bem mais fácil que sentir sem saber, quando de facto se sente aquilo que não se compreende. Sinto-te, não te entendendo, nem me entendendo a mim, sinto-te, simplesmente, sentindo-te.


Daniela. Outro dia destes

Simplicidade Complicada.

Como é agora tão complexo distinguir o bom do mau, o directo do indirecto ou o perfeito do imperfeito. A visão é algo essencial mas desleal. Que me dizem os meus olhos? Mostram-me a realidade ou algo que dela advém e não é real? Como posso saber se eles nada acrescentam àquilo que contemplam? Que sexto sentido é este que me deixa desorientada? Que intuição é esta que não me ajuda em tarefas tão cruciais como dizer sim ou não? Que falha é esta a que me sujeitei? Que falha é esta que torna as coisas desfocadas um pouco menos nítidas? Que indistinto e indecente sentimento é este que me dissocia ao meio, obliquamente, sem dó nem enternecimento? Que desnível é este? Se estranho é definição de alguma coisa, então que estranha sensação é esta? Se debaixo das escadas estou por que é que me sinto como se estivesse acima de tudo? Se no cimo de algo estou, então por que é que me sinto como se estivesse debaixo das escadas? Por que razão nos tornamos fragmentos do que fomos se nos fizeram inteiros em carne e alma? Porque razão será tão difícil de juntar tudo num só? E se jogar todos os bocadinhos fora? Tudo volta ou fico sozinha? Que sensação é esta de estar no caminho com mapa e bússola e sentir-me perdida? Que constante perguntar é este? Que poemas incompreensíveis e absolutamente vagos são estes a fazerem-me sentido cabeça? Que mudanças são estas que eu não consigo acompanhar? Que situação é esta de procurar e não encontrar? Que fim tem isto tudo? A sorte é que vivemos de risos, sorrisos, diversão e amizade, que de resto o que nos ocupa a mete é muito encruzilhado para que nos consigamos concentrar só nisso. Que extenuante vontade é esta de querer saber tudo e não saber nada?
Que sorte é esta que se junta ao amor para nos fazer perder o jogo?
Que entediante falta de controlo é esta? Não temos respostas, temos dúvidas. Não temos tudo, mas temos vontade. Que dor é esta que não passa? Que (simplicidade) complicada.


Daniela. Um dia desses, um diferente de todos os outros.

300 anos.

Vou viver cem anos para me conhecer, cem anos para me realizar e outros cem para descansar. Trezentos anos no total. Sendo o dia 299, o dia em que vou morrer, velha, cheia de rugas e fria na minha cómoda cama equipada de uma caneca de chá, um caderno de notas e uns óculos com uma graduação tão grande que sem eles não irei conseguir ver sequer a mancha gráfica da minha caneta no pequeno bloquinho. Não vou ter tempo nem para ver o tremelicar da minha mão nervosa, nem o rosto de quem comigo estiver.
Vou viver muitos anos e, vou ter muitos netos mas, deles vou separar-me quando eles chegarem aos seus 80 ou 90 anos, pois tudo o que menos vou desejar, será vê-los irem-se embora. Quero ao longo dessa vida, ter um companheiro com quem possa falar sobre tudo e sobre coisa nenhuma. Um amigo vá!... Que entenda os meus silêncios de velha de 100 anos e de velha de 250 anos também. Quero sobretudo morrer antes dele porque assim prefiro e porque não quero ter de suportar vê-lo ir também ir-se embora. Espero ser velha e muito culta, conhecendo-me como mais ninguém e ter alguém a meu lado que me conheça por pequenas coisas que só essa pessoa saberá. Que se lembre das minhas asneiras e da minha inteligência de jovem, ou que se recorde ainda disto ou daquilo que colocarei nalgum sítio escondido. Quero ir perdendo, como quem perde alguma coisa, a noção do tempo, porque quando me lembrar da minha juventude, vai surgir na minha mente que alguém me disse que o tempo não tem de ter noção, nem deixar de ter, porque simplesmente, não existe. Então os minutos e as horas só farão sentido até ao dia em que em que tiver alguma coisa para fazer e por isso, quando tiver 101 anos mudo de país para poder ocultar a minha idade e poder fazer algo pela concretização de alguma coisa que tinha durante, precisamente 101 anos, guardada na minha memória. (Ah, vou ter que ter uma agenda pois é bastante fácil visualizar a minha memória a fraquejar quando ela mais falta me fizer…). Quando me achar, vou enfim saber porque razão nasci e com que motivo…Não irei esquecer os meus amigos, inimigos ou familiares e muito menos os meus amores. Foram eles que me fizeram velha de 300 anos afinal. Ou pelo menos, a isso me ensinaram. Vou, nos meus 300 anos, ter tantas rugas que nem os mais caros produtos de beleza suavizarão a minha pele incrustada e gasta. E se for bonita, sê-lo-ei à minha maneira pois por essa altura já terei percebido que a beleza é falsa e efémera e que provém da Natureza, e a Natureza, ela própria a dá como se encarrega de tirá-la.  Vou ser velha e terei um álbum de fotografias invejável a qualquer um. Direi que tive os melhores amigos do Mundo, os rivais mais corajosos e amores mais românticos que existiram. E as pessoas a quem essas coisas contar…Oh, essas! vão sentir inveja e possivelmente nem irão acreditar numa velha de 150 anos com um aspecto terrivelmente mais jovem. Vou conhecer coisas de gente nova, tecnologias de ponta e vou mentir sobre a minha idade. Terei, sem dúvida, que falsificar documentos para provar que estou viva, ou que simplesmente nasci noutra altura. Vou usar apenas o necessário, deixando os excessos para os jovens desse tempo que tanto prazer terei em lhes ensinar o que lhes for útil. Conhecerei pessoas incríveis e pessoas horríveis e vou ter o privilégio de assistir a revoluções de algumas coisas, literárias ou científicas, quaisquer umas…Vou assistir à evolução do Mundo e do meu projecto durante 300 anos, se é que projecto se pode chamar. Quando completar 290 anos para resistir às doenças que parecem aproximar-se, já terei tomado muitos medicamentos inovadores para tratar as minhas lesões e enfemeridades. Vou tentar ser extravagante e continuar sempre com uma vontade insaciável de aprender, terei tempo para aprender pintura e para rabiscar alguma coisa nas paredes do quarto que irei ter. Vou respirar milhares de vezes nos meus 300 anos e o meu coração já terá pulsado cerca de 9460800000 vezes…Vou morrer cansada de tanto respirar e palpitar. Vou fechar os olhos, olhar para trás cheia de saudades de tantos anos (pouco ou muito vividos…). E, peço então, gentilmente ao meu coração que se esqueça de bater, como um velhinho com Alzheimer se esquece de como andar. Vai parando, lentamente….vagarosas, as minhas células vão asfixiar com falta de oxigénio e a íris dos meus olhos perdem, sem se aperceberem, a cor que ainda lhes restava perder…O meu corpo, esta máquina natural, vai com a minha mente, como que se melhores amigos se tratassem, morrendo. A minha mente vai seguindo o meu corpo até onde quer que ele aguente, até se fartar. Sim, não lhe exigirei mais que isso porque nessa mesma altura ela será livre e, quando achar necessário, há-de  ir embora também, longe de preocupações, perto de quem a quiser ter por perto…
Daniela. Outro dia qualquer.

Falhanços.

Hoje é um dia daqueles completamente inúteis, em que mais valia não ter saído da cama. Sinto-me doente e deslocada. Bom, doente porque estou mesmo doente. Sinto um corpo mais velho e mais cansado. Que treta! Ainda mal tem 18 anos e já me está a dar trabalho. Após duas semanas no mesmo cubículo nem se esperava outra coisa, deve ser do bolor do quarto e dos seus vírus e bactérias esquisitas que aqui estão. Sinto os ombros pesados, no sentido verdadeiro da palavra. Dói-me mesmo. As Aspirinas e os Ilvicos não têm ajudado muito e o facto de saber que mais uma aula sufocante de Anatomia me espera, torna este formigueiro na cabeça um pouco mais intenso. Estou com vontade de ter febre, dores de cabeça para ter um pretexto mais forte para ficar enrolada na cama e não ter que pensar em nada.
Também estou deslocada, cada vez que vou aí em baixo, sinto cada vez mais que este não é o meu lugar, nem esta é a minha casa. Não adianta enumerar causas e consequências deste dito de pensamento que só insiste na frase : " Eu não sou daqui e ponto final!".
Prosseguindo: tenho mais um ossinho para ler até daqui a bocado antes que o meu simpático professor de Anatomia me diga: " Então Daniela, que andou a fazer no fim de semana?". Parece-me ainda mais estúpido estar a tentar prever as coisas, posto que tenho 5 testes para fazer nas próximas 3 semanas, portanto, é melhor estar calada e não fazer previsões se não é que não saio mesmo da cama.

WOW! Isto parece uma página de diário. Bom , mas não é.

Daniela . Segunda feira!  (não esta segunda feira de 2010, mas uma outra terrivelmente chata) (Isso diz tudo!)

Sunday, March 14, 2010

Estou doente.

A incessante e impossível busca pela verdade não é nada mais que isso: incessante e impossível. Nunca nada me garantiu a verdade, quando acho que estou certa dizem-me que estou errada. Quando penso ver a verdade, vem o real e presenteia-me com a ilusão. Se vejo preto, descubro que é branco tingido de escuro.
Mente a verdade se diz que é relativa e mente a mentira se diz que é verdade. Se temos crânio capaz de albergar tanta coisa complexa. Onde é que ficou a minha e a vossa inteligência para encontrar o que tomamos como verdade? (não a de vocês, que isto lêem, mas sim vocês, que provavelmente não lêem).
O ser humano é fraco, deprimente e previsível. Esgotam-se-lhe as ideias, começa a ficar paranóico. Damos-lhe um novelo de lã e, entretém-se no tapete da sala, brincando junto à lareira. Se tem ideias demais, ou não sabe geri-las ou desperdiça-as em argumentos dos quais não reza a história. Se tem ideias e sentimentos não é feliz, porque as ideias sugam os sentimentos, tornando-os submissos. Se tem sentimentos, é um parvo que só sabe mostrar aquilo que se lhe ocorre (com razão!) e de facto age como parvo, esquecendo-se que pode, se quiser, também, pensar de vez enquanto…Mas apenas de vez enquanto! Porque várias vezes já seria pedir demais! Só sabe ser ou muito racional ou muito sentimental e no entanto afirma-se como um ser que procura o equilíbrio. Mas nem nesta perspectiva, consegue ser o intermédio de coisa alguma.
Age em mérito próprio e não se preocupa com os com ele se preocupam. Por isso já chega de me pedirem mais do que posso dar porque, inexoravelmente, deixo o meu testemunho dizendo que: Não sei agir ou pensar de todo, não quero novelos de lã (já me bastam o que tenho aqui!), nem ideias brilhantes demais, porque posso facilmente, deitá-las fora, nem heroísmos ou masoquismo, no sentido figurago da palavra...
Assim, face a factos e verdades relativas e absolutas, cheguei a esta brilhante conclusão vou trocar a memória por algo bem mais prático que não me torture, amedronte, faça rir, divirta, ou me faça sorrir…

Porque, sobretudo, descobri algo muito mais valioso do que procurar a verdade nos outros e em nós próprios é que…
Não há cura para quem não está doente. E de facto não estou doente, faço-me apenas de doente como pretexto que justifique a procura pelo meu remédio.

Daniela. O dia em que escrevi exactamente o que me apeteceu escrever.

Saturday, March 13, 2010

Ouve-se na rádio.

Descobre-se aos poucos que não é o tempo, nem é feito de tempo. É mais o momento, o instante ou segundo. É mais o presente, que o passado ou o futuro. Descobre-se aos poucos que passa, passa deveras, e só fica aquilo que queremos que fique. Fica o bom, se o gostamos de guardar… o mau desaparece a pouco e pouco. Seja lá o vier, o que está para vir. Aprendi agora que é agora, é aqui que posso estar. Apenas sei aquilo que gosto, o que quero ou desejo. Acostumo-me tão depressa àquilo que me faz feliz. E bem sei que o tempo vai fugindo, mas nada preciso de fazer para o agarrar porque não quero nem preciso. Encontra-se assim uma calma passageira que começou em dia incerto e terminará em altura desconhecida.

Pensava eu que era apenas o momento ou o instante. Mas não está certo. Descobre-se aos poucos que afinal não é só o momento ou instante…acrescenta-se ainda aquilo que um dá a outro. Procura-se assim algo mútuo em que ambos puxam por alguma coisa. É talvez isso ou algo parecido. Diz assim o que se ouve na rádio: “ Tens a minha mão aberta à espera de se fechar “. E assim é. 

Daniela.

3 anos.

Janeiro de 2007, escrevia dizendo "mininos"... Curioso como passa o tempo tão rápido. três anos, foi apenas à três anos. Passaram tão rápido e tão devagar. É melhor não pensar nisso agora simplesmente porque sei que é melhor. Aqui parece-me ter encontrado um editor mais simples que o anterior. Ainda bem. Devo ainda dizer que sempre que lembrar publico alguma coisa nova ou algo que já estava publicado noutro sítio e que de momento não faz lá nada.

Daniela.