Saturday, January 2, 2016

Um mês incrível.

Passou tanto tempo até conseguir abrir o meu blog. Passou mais de um ano até voltar a escrever. Estive ocupada, na verdade estive mesmo ocupada, às vezes com coisa nenhuma. A Internet nos dias que correm transborda blogs disto e daquilo, com mais ou menos conteúdo. O conteúdo do meu é muito simples. Tenho um único seguidor assíduo. Seguidor este, que pratica com muita paciência a arte de fazer boas críticas e, que para meu bem, segue muitos outros pontos da minha vida bem mais interessantes que esta pequena página.

Apetecia-me escrever porque voltei a ler. Voltei a ler livros de conteúdo não médico e isso de certa forma dá-me vontade de escrever outras coisas. O tema mais falado tem sido a última viagem. Não tenho jeito para escrever sobre viagens, porque rapidamente esqueço nomes, ruas, praças, museus e outras coisas que turisticamente falando um bom turista não esqueceria. Hoje vou experimentar simplesmente porque cada vez que penso no último mês, penso nos sítios incríveis onde possivelmente não irei voltar e isso... deixa saudade! E pelo que se lê por estes lados, isso é coisa com a qual lido muito mal. Não dar-me uma crise de esquecimento. Se publicar as minhas fotos, talvez dê para recordar o que me passava pela cabeça quando lá estava. Um blog pessoal que não passa a um blog de viagens, mas um blog pessoal que se torna ainda mais pessoal.


As fotos foram escolhidas aleatoriamente de um banco de fotos que ainda não criei, mas que já existe na drive dos meus companheiros de viagem que lutaram durante dias com os seus computadores, na tentativa de fazer um download interminável de gigabites. Três fotos escolhidas. A primeira tirada por um fulano que não tinha assim tanto jeito para a fotografia como achava que tinha mas que para sua sorte tinha uma objectiva que poria o meu gato a tirar fotos tipo National Geographic. Mas o artista aqui não era o fotógrafo, era o elefante, que para ser artista provavelmente levou demasiadas chibatas. Não sei ao certo se eram maltratados para satisfazer as necessidades das centenas de turistas que lá passam mas eram domesticados o suficiente para permitir um pequeno passeio perto do rio. Eram animais espectaculares e, realmente, não consigo arranjar melhor palavra para os bichos. Já o rio era outra conversa, entre excrementos de elefante e outras tantas coisas menos agradáveis, foi o fim dessa aventura no meio da floresta do norte da Tailândia. 


Luang Prabang, a maior surpresa de todas. A chegar pesquisava na wikipédia que é património mundial da UNESCO e, percebia-se rapidamente, a sua razão a partir do momento em que púnhamos o primeiro pé (direito, possivelmente) na margem do Mekong. As gentes era simpáticas, sempre prontas a tirar mais umas centenas de kips aos turistas, mas amigáveis como quase todos aqueles com quem nos cruzámos. Só não gosto de me lembrar das duas turistas de cabelo parcialmente rapado, de nacionalidade que não posso mencionar e, que sem querer, surgem neste seguimento de pensamentos enquanto recordo Luang Prabang. 


O Cambodja... Acho que não conheci realmente o Cambodja, conheci na verdade parte de Siem Reap que me deu a sensação de estar enfiada no meio de um negócio turístico que gira em torno de umas ruínas meio esquecidas e um templo que faz lembrar o papel de embrulho do Natal. Digo isto porque é incrível de facto, mas só mesmo por fora. Um guia turístico chamar-me-á tola por dizer isto, mas só posso falar do que vi e, na verdade, vi pouco. O calor não ajudava, as poucas placas não ajudavam, a multidão absurda não ajudava. O reflexo do Angkor Wat na água suja ajudava mesmo, talvez fosse mesmo a única coisa que ajudava. Isso e o bom humor que alternava nos sete turistas que me acompanhavam. Para ser mais realista teria que pôr uma fotografia com turistas asiáticos nas suas vestes completamente-desadequadas-para-aquele-CALOR-absurdo, amontoados como segundo plano. Essa imagem faz-me rir, porque se se concretizasse, era uma recordação que ia fazer umas pequenas risadas a qualquer pessoa que tivesse experimentado viajar por aqueles países.

(continua, outro dia porque vou mesmo ter saudades)

Daniela.


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